A Casa Demolida

Passaram-se tantos anos e nas fotos, a casa teima em existir,
Ainda sinto o cheiro de terra molhada, quando ao final da tarde,
Meu pai se esmerava em regar todos os cantos do jardim,
No ar ainda pairam os latidos de paloma, a cadela da casa.

Sou capaz de identificar,  virtualmente no solo,  minhas pegadas,
No espaço ainda vejo o colorido dos papagaios que tanto amava,
A bailar ao redor da mangueira que  teimava, em  reter sua passagem,
Quantas vezes desejei  ve-la   seca, mas suas as mangas eram doces.

A casa tinha uma magia, todos os papagaios lhe vinham ter,
E os moleques gritavam no portão, em vão, alí era minha fortaleza.
Doces anos, caiadas paredes que viram minha sombra crescer,
À noite, com as mãos, criava monstros e dava-lhes vida.

Agora no album,as fotos parecem querer saltar... vamos descolem,
Soltem as amarras enquanto é tempo, resgatem cada história.
Olha, Monteiro Lobato, a  Casa foi demolida,
Mas o menino ainda existe...

                            Rio,  10/11/2010
                            Poesia visionária. Assim, será um dia...

                                                       Rog.

             http://recantodasletras.uol.com.br/autor.php?id=32655

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