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Mostrando postagens de 2013
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Papai Noel Anos após anos, crescestes sob a sombra de um Papai Noel, A cada fim  de ano, novas barbas surgiam sob o seu imenso queixo, Aquela figura misteriosa sempre te deixou confuso, Falava-se de amor, dos presentes e não viam o temor que sentias. Um misto de querer e temer  te deixava tremulo, que agonia. As pessoas diziam: Ele é bonzinho, adora crianças, mas e a bengala ? A hora do colo ou do abraço se aproximava, teus olhos saltavam, Teu coração aos solavancos, não sabia o que fazer. Um passo à frente, dois atrás, braços fortes te continham e impeliam, Rumo àquela figura, que não compreendias, o que havia naquele saco? Os sonhos nem sempre exprimem os nossos melhores desejos, E como saber se sonhar é o melhor remédio ? Assim se passaram anos a fio, a long time persistia o mistério, E a cada nova aparição teu temor aumentava, aquela barba crescia, O que será da tua esperança por dias melhores ? Porque aquela bengala, nunca se transformava numa varinha mágica? Sei que ainda espe
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                                                            ECLIPSE Hoje, teu jeito denota enorme  inquietude, nada te controla, Não sei interpretar essa tua maneira de agir, não sei te conter, Mas sofro junto contigo, por não saber de que forma atuar, Nem ao menos, sei o que demonstras com essa  agitação. Quisera poder  adivinhar, quisera ter o dom de entender, Essa tua rebeldia, que ela tem um significado, eu sei, Mas uma barreira impenetrável  impede o diálogo, Fico atônito, impávido, com vontade de chorar. Essa vida dentro de ti, o que significa, o que quer dizer ? Roda o mundo, passam-se os anos e eu fico sem respostas, Só sei que és atípico e incompleto, nada mais me é dado a saber, Sofres e fazes sofrer, eu sei... esse  martírio até quando irá ? Mundo atrapalhado, nada  pode explicar do teu desatino, Vidas ao léu, emoções  em confronto, inútil prosseguir, De que valem tantas  esperanças, se esse sol que brilha ao longe, Não veio para brilhar para todos...            Ri
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Teu colo De quem é esse colo confiante, que me acolhe com ternura, Como se criaram os vínculos, que formaram um colo tão presente, O que fiz para merecer o aconchego, desse recanto encantado, Quanto de mim caberá nesse colo, que promete ser eterno ? Colo já tive, como embalo nas noites de choro sem fim, Em momentos de  justificável angústia e fragilidade. Foi pela ausência do colo materno, que nunca quis crescer, Depois de tanto tempo, como lembrar da suavidade de um colo ? Pela noite adentro, em meus sonhos, é nesse colo que viajo, É ele que me farta de acalanto,  que me leva ao Nirvana. O despertar sempre  traz de retorno, os receios e dúvidas, Mas no fim do dia, as esperanças são renovadas e o colo me espera. Sei de quem é esse colo, embora pouco saiba de mim, Se essa dúvida me desespera, é hora de me reencontrar, Mas se o colo for fiel, há que se esperar, mesmo que demore, Pois esse encontro prometido, nunca haverá de faltar...           Rio de Janeiro, 10 de novemb
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         Poema dos 15 anos. Primeiro, vieste para o nosso convívio, como um anjinho  delicado, Depois, lentamente, foste  revelando as tuas primeiras gracinhas, E esses sorrisos que tanto  nos cativaram, deixaram  marca registrada, Assim, os anos foram passando e os teus encantos se multiplicando. Nunca contamos teus anos pelo tempo, nem pelos teus 15 anos, Mas pela alegria que nos trouxe  cada celebração da tua vida, Assim, como expectadores desse milagre divino, Estamos felizes, por  poder desfrutar contigo momento tão sublime. Se nos foi permitido aplaudir a cada fruto que colheste, Foi com certeza, graças aos teus próprios méritos. E agora, que venceste a  barreira da condição, de menina moça, Só nos resta celebrar contigo, a alegria de fazer coro à tua felicidade. Parabéns, pelo amor e pela beleza com que brindaste o  nosso mundo...   Como homenagem à minha neta  Carol.    Vovô Rogerio   Rio de Janeiro, 17 de dezembro de 2013.
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Aletria Vamos avante, sou insistente, perdeu-se o texto, mas não o rumo. Houve um tempo em que o alimento não te não tocava a  alma, Ingeri-lo era violar a tua intimidade, por isso o rejeitavas, Mas uma fada, percebeu que não era apenas uma questão de anorexia, Então, com a  varinha, ela  fez do comum  o inédito, e deu-te de comer, Dias após dias, aquele doce alimento te nutria e compensava. Incansável, mesmo no fim do dia, mesmo no calor do impiedoso fogão, Ela elaborava, com suor e lágrimas,  o manjar dos deuses. Ninguém entendia como sobrevivias, o segredo não estava no alimento, O amor dos gestos, da esperança da caridade, era o que era mais valia. Nem o tempo, nem a rejeição,  foram suficientes, para neutralizar, O carinho, a dedicação, ou as preces de uma mãe em dobro. Enfim cresceste,  agora que a  presença física da fada, se faz ausente, Não temas, pois trazes em teu sangue, A chama, daquele amor que nunca cessa, Daquela mão que nunca te abandonou, daquele olhar que nunca
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                       MODO DE SER  Você é desse jeito,  atípico e incompleto, Essa sua forma de viver me sufoca, Essa interrogação entre o começo e o fim, Me tortura e desconcerta. Você foi muito esperado, era um sonho, Mas logo as alegrias se tornaram mutantes, E o sorriso deu lugar ao expanto, Depois a busca, as tentativas de superação. Mas a onda da vida prosseguia, E nada ficava sobre nada, Castelos e castelos de areia desabavam, Do caos nascia o desespero. Agora tudo se aquietou,Mas a onda da vida prosseguia, E nada ficava sobre nada, Castelos e castelos de areia desabavam, Do caos nascia o desespero. O vendaval mudou a minha face, A desesperança deixou marcas profundas, E você  impávido, Prossegue no desafio, como a dizer: Decifra-me  ou te devoro...                " Uma homenagem aos pais que enfretam ou enfrentaram um dia, a saga do AUTISMO."    - Rio  08/01/2008 _ Rog
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                O milagre do amor. O amor é por natureza manso, responsável e  eternizável, Não só o amor sentimento, mas principalmente o amor atitude, O amor é participativo,  não traí, não falha e não se omite, Está sempre pronto a agir, postado aonde o pomos. O amor é exemplo de vida, é  doação, traduz-se em caridade, É, e sempre será, o estandarte da esperança, a última fronteira, O amor tem vida própria, circula  aonde há vida e a transcende, É um vínculo permanente  entre o eterno e o divino. O amor é vontade, é a força movedora dos atos benevolentes, Jamais sucumbe ao egoísmo, nem pode ser arranhado pelo orgulho. Como vencedor e semeador de bons frutos, o amor é imbatível. Pois a sua essência é energia criativa, e resistente aos vendavais, E assim tal como um principio divino, indestrutível e inabalável, se doa, A todos que de boa índole o tomarem em seus braços.     Rogerio. 2013. RJ.  
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                                  A Matemática                                                  Ei, minha nobre companheira, que outrora me roubaste o sono, Agora, esquecida e enfraquecida, posso te olhar do alto, Quantas vezes quase me levaste ao desespero, Mas hoje, posso enfim, te ver apenas como uma ciência vazia. Não que os teus teoremas, não tenham valor, não é isso ! Nem que o fantasma da trigonometria ainda me morda o calcanhar, Mas é um  alívio  saber que nunca mais me porás à prova, Nem mesmo que por ti, terei de queimar o meu ATP ! Nobre amiga, ainda não te esqueci, pois deixaste marcas indeléveis... Sabes aqueles cadernos aos quais, misturei tinta e lágrimas ? Ainda guardo como um trofeu, num lugar inatinguivel do armário. Sei lá, a vida dá cada volta, e mesmo sem achar possível, Quem sabe, o destino te faz despencar sobre a minha escrivaninha, E tuas páginas retornarem indecifráveis, tal como o enigma da Esfinge...                                    Rio de Janeiro
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Amoreira silvestre Num passado muito  distante, foste minha companheira das tardes, Eu te amava e não me pertencias, era no vizinho que crescias, Mas teus galhos me procuravam e sabiam o quanto te desejava, Eram meus, teus melhores frutos, de  sabor  suave e selvagem. Assim ficávamos embebecidos, e  quanto mais te consumia, Mais te doavas... mútuo prazer nos unia e, assim crescemos juntos. Quanto de ti ainda existe em mim, nos lábios, no sangue e no peito ? Agora, passados tantos anos, já nem sei se existes e  tens frutos. Naquela  sombra dos teus galhos, me abriguei nos dias ruins, No sabor dos teus frutos, saciei  minha carência infantil, Nunca mais te esqueci, e ainda te procuro em canto da cidade. Hoje, resolvi dar um fim a essa busca  insensata, Passei, olhei, meditei e deixei meu coração voar, Entre várias, te apontei e sei que a escolha foi guiada. Agora vou cuidar de ti, de tal forma, que se não te sufocar, Hás de crescer, florir e frutificar, e novamente nos unirem
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Tristeza Em cada canto, um lamento. Em cada lembrança, uma  decepção. Em cada passo, uma espera. Em cada noite, uma insônia. E assim, vão passando aos saltos, Esses tumultuados dias de  fim de inverno. Olho para as mãos, os dedos em riste, Parecem apontar  espaços inexistentes. Como são impávidos os minutos, Se arrastam lentamente, que nem os  percebo, E só vão, não voltam, se esgotam como fumaça, Depois deixam  lágrimas, que escorrem em valas. Se o peito arde, é porque suspiro muito, E esse coração de lata que ainda não aprendeu o ritmo, E esses cabelos grisalhos que tendem ao desalinho, Como  manter a serenidade no meu jugo ? Como ser manso e pacífico ? Se os fantasmas ainda exibem sua toga noite adentro...      Rog -   25-8-2013 - Rio de Janeiro Rog
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O Primeiro Celular Hoje, num súbito, alçaste como um troféu, o meu celular, Ví um brilho nos teus olhos e um sorriso diferente no teu rosto, Assim, nesta posse, sempre reprimida, tuas mãos tremeram, Posso, não posso, devo,não devo, parecias querer dizer. Por instantes ficamos indecisos, eternos momentos de agonia, A regra sempre foi não pode, mas o desejo, não segue regras. O manual  que te impuseram ao longo da vida, te deixou indeciso, As amarras que te ataram por tantos anos, agora se faziam ausentes. O tempo passava, passava, e nada acontecia ao objeto do desejo, Não se desfez em cacos e, as tuas mãos já acariciavam as suas teclas, Afinal, no que resultou essa barreira atroz, como entender o proibido, Se o temor era mútuo, que tanto valia essa angústia pelo incerto ? Ao final, conquistador e conquistado fizeram uma trégua, O celular se aquietou em tuas mãos, e o meu peito suspirou aliviado. Nada ocorreu, tudo estava como dantes, irreprimível e suave. Só dos  meus olhos, esc
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A criança que logo sou Em algum lugar do passado esse sorriso encantou alguém, No tempo e no espaço ainda persiste o eco dessa alegria, Aquele olhar, que ao longe, tudo via , é atemporal, Esses cabelos, tais como as searas, conheciam o segredo dos ventos. A vida seguiu, e a vivacidade se fez companheira, Assim, como dervixes rodopiantes, o tempo brincou em teus olhos, Antes, depois, o que importa ? se o eterno sempre contém o fugaz. Querer revelar as cores, dessa alegria em preto e branco, É como tentar desvendar a imensidão dos desejos, É tão difícil, como explicar, a criança que logo sou...                          Homenagem ao dia das crianças.                      Rio de Janeiro, 11 de outubro de 2013.            Rog

Poetizando no Tempo

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                                                             A Guisa de Prefácio Acerca de mim... Estamos continuamente em processo de mudanças, há dias que a nossa motivação está a pleno vapor e em outros, parece que o tempo parou. Mas é esse colorido dinâmico da vida, que a faz interessante de ser trilhada, se todos os dias fossem glórias, qualquer simples derrota, representaria um ledo engano.Qual o quê!. A sabedoria está exatamente aí, em saber e aceitar a vida como um aprendizado, do qual fazem parte, as boas e as más notas. Sejam bem vindos às minhas páginas e procurem encarar os textos, não como vivências ou relatos fidedignos de minha experiência pessoal, pois nem sempre o são, mas como filhos, que uma vez criados, são posse de sí mesmo. Sobre a poesia... Para falar de poesia não são necessárias palavras, pois ela exprime justamente tudo aquilo que não conseguimos verbalizar. O mundo sem a poesia seria como um árido deserto sem que ao menos se pudesse pintar um oásis.       

O Coração e Suas Pontes.

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O Coração e Suas Pontes. Senti de súbito acessarem o meu recanto, Aquele compasso que há anos dominava, Foi interrompido abruptamente, sem meu consentimento, Como ousam me tocar, o que querem essas mãos ? Um forte pressentimento me inquietou, Apertaram-me as entranhas, misturaram o meu sangue, Vencido entre mãos esmagadoras, me entreguei, Já não se ouvia mais o confortante galopar. O líquido da vida, agora já  não   me pertencia. Tesouras afiadas cortaram as minhas costas, Remendos foram costurados e  feridas suturadas. Milagrosamente fez-se uma ponte, depois outra, mais outra, Pontes sem fim se uniram. Agora é preciso despertar, Deixem que retome a minha saga, cumpra o meu dever, Soltem as amarras, já vislumbro o vôo para o infinito, Zerem o relógio, parem o tempo, porque perdi a conta...                   Rog - 19-02-2012 - Carnaval lá fora...

Eu te Perdôo.

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                          Eu te Perdôo. Eu te perdôo,  por  todos os dias inúteis da minha vida, Eu te perdôo,  pelo desperdício das lágrimas derramadas. Te  perdôo  pelas angústias experimentadas noite adentro, Te perdôo pela  paranóia que me sufocou sem razão. Eu te perdôo,  por  teres ignorado quanto vale um sentimento, Te perdôo por  teres trocado o que achavas certo, pelo incerto, Eu te perdôo,  pelas vãs  cinzas que espalhaste ao redor, Te perdôo pelos destroços que  deixaste  no caminho. Eu  te perdôo, porque não sei  fazer diferente, Eu te perdôo, por  ter  cuidado mal do que muito valia, Eu te perdôo,  por ter confundido interesse com lealdade, Eu te perdôo,  porque não sei deixar de perdoar. Enfim, eu te perdôo, por  teres me mostrado o avesso da vida, Te perdôo pela dúvida, pelas noites de insônia, por perdas e danos, Eu te perdôo, por me fazeres  acreditar que era para sempre, Te perdôo, pela ilusão, pela esperança malgrada, pelo risco de morte. Te perdôo

Teus Cabelos.

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                          Teus Cabelos. Teus cabelos cresceram, quanto tempo se passou ? Tal como raízes, buscam solo fértil e acredite, haverão de encontrar. Criou-se um dilema:  o que é mais encantador o antes ou o depois? Não importa, mudou-se a moldura, mas o quadro é original. Que coincidência, teus cabelos combinam com teus olhos, Aliás, o  conjunto é expressivo, os detalhes são meros adornos, Teus cabelos despencam em ondas, como  searas onduladas, E o vento lá fora, fica nutrindo desejos de esvoaça-los, Mas que  não se atreva... Tua força foi revelada, e a vida sorri  em todos os detalhes, Se o amor for farto como teus fios, tua grandeza será exponencial. Que venha então ao encontro dos pobres mortais, tudo o conteúdo, E que torne os nossos dias mais amenos e o nosso jugo mais suave !                           Segundo poema de Janeiro, 03-01-2013                                                        Rogerio.